quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Luiz Vitão


























Há um tempo atrás, eu estava no Rio Design da Barra e comecei a perceber que várias mulheres carregavam, orgulhosamente, uma Neverfull da Louis Vuitton. Como abriu, não muito tempo, uma loja da marca no Village Mall, achei que a carioca (mais bem dotada, lógico) viu aí uma oportunidade de comprar a sua bolsa sem ter que sair do Rio.

Mas, com o passar dos dias, vi que esse "bag boom" só crescia e passou a frequentar os mais diversos locais da cidade. 

Em um dia, cheguei a contar 50 (sem brincadeira, 50!) mulheres levando suas aquisições para passear no Barrashopping. Mas, até então quis ser otimista e achar que o poder de compra da brasileira tinha aumentado...ou então, que as tão sonhadas bolsas estavam com algum tipo de desconto! (brilho nos olhos!)

O meu sonho caiu por terra quando, indo do Senai ao Barrashopping, passei por um ponto de ônibus e ouvi a seguinte pérola: "queridinha, se a sua Louis Vuitton fosse de verdade, tu não andava de ônibus!". Foi então (só então, confesso...) que eu percebi que o mundo não estava às avessas!

LÓGICO que fui procurar saber como essas pessoas conseguiam réplicas dessa forma, sem ter que fretar um avião ao bairro chinês, em NY. (Não que eu fosse comprar, porque não sou NEM um pouco a favor de falsificações, mas precisava saber se a coisa era tão escrachada assim.) Não precisei nem perguntar! Rolando a minha página do facebook surgiu o anúncio e entrei no site para ver...um festival de bolsas de marca: de Louis Vuitton à Hermés...e detalhe: com os preços variando de R$200 à R$1.200!

Isso me faz questionar certas escolhas feitas pela gente.

A Luis Vuitton, como outras grandes marcas internacionais, não costumam baixar os preços de seus produtos por um motivo específico. E não é questão de "somente" a qualidade. Eles não vendem somente um produto, eles vendem um status. Você vai ter uma Luis Vuitton se PUDER comprar uma. É um clube, um estilo de vida. Se você tem uma bolsa da marca, você faz parte de um grupo seleto de pessoas que pode se dar ao luxo de ter um objeto que é singular e te define.

Agora...quando você opta por comprar um produto que, de R$3.000 (na loja oficial) passa a valer R$200 com uma cópia, o que isso diz? De que grupo você participa? E quando a enxurrada de bolsas (50 em um dia, lembram?) pipoca por todo lado? Que status é esse que foi alcançado? 

Além disso, outra coisa me vem a mente: Estamos deixando de comprar bolsas de marcas boas, de qualidade, como Capodarte, Arezzo, entre outras, que custariam o mesmo (ou um poquinho mais) do que as falsificações, por quê? Porque não são européias? Nunca vi ninguém copiar uma Carmen Steffens...uma marca, por exemplo, que tem lojas espalhadas pelo mundo inteiro (INCLUSIVE reconhecida por bloggeiras da "moda" internacionais como a Chiara Ferragni, por exemplo.)

Por que não podemos valorizar o que é nosso? Por que o que é nosso não cria esse frenesi absurdo? 

Falta de Design de qualidade não é...

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